Atul Gawande, cirurgião experiente, coordena um grande hospital com várias especialidades. Ele lida diariamente com diferentes intercorrências, muitas delas vitais para os pacientes.
Em um dia comum, vários cirurgiões pedem sua ajuda. Eles solicitam opiniões sobre condutas e vagas para internar pacientes com infecções ou outros problemas complexos.
Dr. Atul também observa a enorme quantidade de doenças e tratamentos disponíveis. Para que tudo funcione, a equipe precisa seguir muitos passos de forma ordenada e correta. Por isso surgiram os superespecialistas, mas nem sempre eles conseguem evitar falhas.
A ideia do checklist veio da aviação. A cena clássica de dois pilotos conferindo instrumentos mostra como passos mínimos, claros e visíveis ajudam a memória da equipe em momentos críticos.
Ele cita o uso comum dessa lista de checagem na construção de prédios, garantindo a segurança das estruturas.
Depois de receber um convite para participar de um projeto global de segurança cirúrgica, mesmo sem recursos financeiros, Dr. Atul desenvolve com sua equipe estratégias simples, econômicas e eficazes para atingir as metas.
Checklist rápido como principal estratégia
Uma dessas estratégias é o checklist rápido, que reúne os pontos essenciais antes de uma cirurgia. Nele, todos os membros da equipe se apresentam e destacam itens importantes para o paciente. Além disso, confirmam o nome completo, o procedimento correto, as doenças associadas e os medicamentos em uso. Em seguida, revisam os materiais necessários e verificam se será preciso sangue, permitindo que o banco de sangue se prepare com antecedência.
Dr. Atul e sua equipe enfrentaram diversos desafios, pois os hospitais participantes vinham de países desenvolvidos, em desenvolvimento e também de países pobres. Por exemplo, na Jordânia, a cultura machista dificulta que enfermeiras lembrem os médicos dos passos do checklist. Em outros lugares, a dificuldade surge devido ao número reduzido de profissionais para atender uma população numerosa. Mesmo assim, a equipe avançou, adaptando o checklist às diferentes realidades e necessidades.
O resultado após 3 meses foi animador. Relatos de colegas que deixaram de fazer uma cirurgia porque a prótese de joelho que foi encaminhada não seria adequada ; a mudança de processos em um hospital da India que injetava antibiótico para diminuir a infecção muito antes da cirurgia e com o tempo a dose perdia a eficácia; com o novo processo o antibiótico era injetado na sala de cirurgia diminuindo os riscos.
Entre os 250 membros que participaram do projeto (cirurgiões, anestesistas, enfermeiras e outros) , 80 % reportaram que é fácil e rápido de fazer um check list e houve aumento da segurança dos pacientes. E 78 % relataram que o checklist diminuiu pelo menos um erro durante a cirurgia. Noventa e três por cento dos participantes gostariam que o check list continuasse.
Considerações finais
A neurociência explica que o nosso cérebro às vezes está tão ocupado com as principais tarefas que não percebemos, por exemplo, dados secundários (quem já não esqueceu onde colocou as chaves ou o celular ?); por isso o check list é tão importante.
Isso inspirou a Mega a usar pulseiras e a fazer um checklist antes das biópsias, aumentando a segurança dos pacientes.
Obrigada, Dr. Atul Gawande e a sua equipe, por nos trazer esse insight do checklist, que já era usado na aviação, melhorando o atendimento em clínicas e hospitais.
Em resumo
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