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Tratamentos com altas doses de vitamina D são realmente eficazes?

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A vitamina D sempre esteve associada à saúde dos ossos e à imunidade, mas, nos últimos anos, ganhou status de “vitamina milagrosa” em diversas redes sociais. Além disso, médicos, influenciadores e até protocolos alternativos passaram a defender o uso de altas doses dessa vitamina como solução para doenças autoimunes, fadiga, depressão e até câncer.

Neste artigo falaremos sobre esse tipo de suplementação e se ela é segura. Para saber mais, continue a leitura!

A importância da vitamina D no organismo

A vitamina D é um hormônio lipossolúvel produzido principalmente pela pele, a partir da exposição à luz solar. Ela é fundamental para a absorção de cálcio e fósforo, garantindo a saúde dos ossos, dentes e músculos. Além disso, atua na regulação do sistema imunológico e na prevenção de doenças como osteoporose e raquitismo.

Embora uma pequena parte possa ser obtida pela alimentação, em peixes gordurosos, ovos e alimentos fortificados,  a maior fonte ainda é o sol. Por isso, a deficiência é comum, especialmente em pessoas que vivem em áreas urbanas, passam muito tempo em ambientes fechados ou usam protetor solar constantemente.

Quando a suplementação é necessária?

A deficiência de vitamina D é diagnosticada por exame de sangue que mede a dosagem de 25-hidroxivitamina D. Valores abaixo de 20 ng/mL indicam deficiência, enquanto níveis entre 30 e 60 ng/mL são considerados adequados para a maioria das pessoas.

Em casos de carência, o médico pode recomendar suplementação oral. As doses variam conforme a idade, o peso, a exposição solar e o estado de saúde do paciente. O objetivo é restaurar os níveis ideais sem ultrapassar o limite seguro.

O problema começa quando a suplementação é feita sem acompanhamento médico, com doses muito acima do recomendado. É justamente nesse ponto que surge a polêmica das “megadoses”.

O que são os protocolos de altas doses

Nos últimos anos, surgiram protocolos que defendem o uso de altas doses de vitamina D, muito superiores às recomendadas pela medicina tradicional. Um dos mais conhecidos é o chamado Protocolo Coimbra, criado no Brasil e divulgado internacionalmente, que sugere doses elevadas da vitamina para o tratamento de doenças autoimunes, como esclerose múltipla, lúpus e artrite reumatoide.

Os defensores afirmam que a vitamina D, em quantidades muito altas, teria efeito imunomodulador, ajudando a equilibrar o sistema imunológico e reduzir inflamações. Segundo relatos de pacientes, os sintomas melhorariam de forma significativa após o início do tratamento.

No entanto, esses resultados são baseados em experiências individuais e relatos de caso, não em estudos clínicos amplos e controlados. Ou seja, não há comprovação científica robusta de que o uso de megadoses realmente funcione ou seja seguro a longo prazo.

Placa escrita “Vitamina D” cercada de alimentos saudáveis que contêm a vitamina Fontes naturais de vitamina D: peixes, ovos e cogumelos ajudam na saúde óssea e imunológica.

O que a ciência diz sobre o uso de altas doses de vitamina D?

Diversas pesquisas reconhecem o papel essencial da vitamina D no sistema imunológico e em processos metabólicos, mas os benefícios de doses muito altas ainda são controversos.

Estudos clínicos controlados mostram que corrigir a deficiência melhora parâmetros como densidade óssea e força muscular. Contudo, quando a suplementação ultrapassa os níveis necessários, os benefícios não aumentam — e podem, na verdade, se transformar em riscos.

A toxicidade por vitamina D, chamada hipervitaminose D, é uma condição grave. Ela provoca excesso de cálcio no sangue (hipercalcemia), o que pode causar náuseas, vômitos, fraqueza, confusão mental, cálculo renal e, em casos extremos, insuficiência renal.

O consenso entre sociedades médicas, como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Endocrine Society, é claro: não há evidências científicas suficientes para indicar o uso de altas doses de vitamina D no tratamento de doenças autoimunes ou outras condições crônicas. O uso deve ser individualizado, sob acompanhamento médico e baseado em exames laboratoriais.

A popularização das megadoses de vitamina D tem muito a ver com a internet. Vídeos, posts e depoimentos emocionais de pessoas que alegam ter “mudado de vida” com o uso da vitamina atraem a atenção de quem busca soluções rápidas para doenças complexas.

Mas a autossuplementação pode ser perigosa. A vitamina D é lipossolúvel, ou seja, se acumula no organismo. Diferente das vitaminas hidrossolúveis (como a C e as do complexo B), que são eliminadas na urina, o excesso de vitamina D pode causar intoxicação mesmo semanas após a suspensão.

Além disso, a dosagem ideal varia muito de pessoa para pessoa. Fatores como peso corporal, idade, doenças pré-existentes, uso de outros medicamentos e até genética interferem na absorção e no metabolismo da vitamina. Por isso, copiar doses da internet é uma prática arriscada e sem respaldo médico.

Quais são as alternativas mais seguras?

Para manter bons níveis de vitamina D, não é preciso recorrer a megadoses. Uma exposição solar moderada — cerca de 15 a 20 minutos por dia, preferencialmente nos braços e pernas, antes das 10h ou após as 16h — já é suficiente para a maioria das pessoas saudáveis.

Nos casos em que a exposição ao sol é limitada, a suplementação em doses fisiológicas orientada por um médico é a melhor estratégia. O profissional avaliará a necessidade de reposição, a dose adequada e o tempo de uso, acompanhando com exames periódicos.

Além disso, manter uma alimentação equilibrada, incluir peixes gordurosos como salmão e sardinha, ovos e laticínios fortificados ajuda a contribuir para os níveis adequados da vitamina.

O importante é entender que a vitamina D é essencial, mas não milagrosa. O equilíbrio entre alimentação, sol e acompanhamento médico é o que realmente garante seus benefícios.

Considerações finais

A vitamina D tem um papel muito importante na saúde, mas o entusiasmo em torno de suas possíveis propriedades terapêuticas precisa ser tratado com cautela. Altas doses não significam mais benefícios  e, em muitos casos, podem representar sérios riscos.

A ciência ainda investiga o potencial da vitamina D em diferentes doenças, e novos estudos certamente trarão respostas mais conclusivas. Por enquanto, a recomendação é clara: suplementar apenas com orientação médica, em doses seguras e personalizadas.

 O equilíbrio, e não o excesso, continua sendo o caminho mais seguro para cuidar da saúde.

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Por Equipe Mega Imagem em 31/10/2025