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Os perigos associados ao uso dos anti-inflamatórios

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Você com certeza já sentiu uma dor de cabeça, ou articular e fez o uso de  anti-inflamatórios. Medicamentos são importantes para controlar doenças crônicas, reduzir os riscos de complicações e recuperar a saúde. No entanto, quando ingeridos em excesso, podem ser muito mais prejudiciais do que benéficos. Um exemplo de medicamento usado mais do que o necessário pela população e que pode causar danos ao nosso organismo é o anti-inflamatório. Estes anti-inflamatórios (AINEs - exemplos  como aspirina, ibuprofeno e nimesulida),  constituem uma das  classes de medicamentos mais comumente prescritas no mundo todo. O comprometimento renal constitui um dos principais responsáveis pelo alto índice de morbimortalidade associada ao seu uso indiscriminado e entre as principais causas para esse crescimento, destaca-se a grande facilidade de acesso ao fármaco e uma população mais idosa com concomitantes doenças reumatológicas. Especialmente naqueles pacientes que já têm uma doença crônica dos rins e fazem uso prolongado dessas drogas, ou pacientes com outras doenças e que fazem uso de outros medicamentos. Pacientes portadores de lúpus e que possuem acometimento dos rins,  bem como os hipertensos e diabéticos estão propensos a terem sérias complicações devido ao uso dos anti-inflamatórios.

Qual o risco do uso dos anti-inflamatórios?

Os AINES podem diminuir o fluxo de sangue para os rins e  liberam substâncias inflamatórias que podem causar lesão no tecido renal. Além disso, podem oferecer inchaço e retenção de líquido, levando ao aumento da pressão que é muito  importante ser observado em pacientes previamente hipertensos. Porém, na maioria das  vezes esse efeito é reversível com a retirada do AINES. Estudos mostram que, em  casos de interrupção aguda da função dos rins com o uso crônico de AINES, existe uma diminuição severa na quantidade de urina e uma alteração no valor de alguns exames como ureia  e a creatinina.

O que os estudos apontam sobre o uso dos anti-inflamatórios?

Há evidências que sugerem que alguns AINEs  possuem um poder nefrotóxico menor que outros. Baixas doses de aspirina (até 40mg ao dia) parecem ser mais seguras em relação a outros AINEs. Contudo, em pacientes idosos, mesmo a aspirina em baixas doses, ou a aspirina associada a outros AINEs, pode levar a um declínio na função renal. Por sua vez, o ibuprofeno,  em baixas doses, parece ser pouco nefrotóxico para a maioria das pessoas. Entretanto, mesmo as doses baixas do ibuprofeno, podem reduzir a função renal de pacientes que já possuem uma perfusão renal comprometida.

Quais os riscos do uso dos anti-inflamatórios por idosos?

A deterioração aguda da função renal ocorre em 0,5 a 1% dos pacientes em uso crônico de AINEs e até em 13% dos pacientes mais frágeis, como os idosos. Aproximadamente 1 em 200 pacientes com mais de 65 anos irá desenvolver insuficiência renal aguda dentro de 45 dias após o início da terapia com os AINEs. Existe uma série de razões pelas quais os pacientes idosos são mais suscetíveis à nefrotoxicidade por AINEs. Eles geralmente têm baixos níveis de albumina, que seria um transportador dos AINEs no sangue, resultando no aumento dos níveis de droga livre. Pacientes idosos também apresentam um nível de água corporal reduzido. Este fator acaba proporcionando maiores concentrações dos AINEs. Além disso, eles possuem o metabolismo hepático mais lento, o que pode levar a um aumento da concentração sanguínea dos fármacos. Assim, ter mais de 80 anos é considerado um fator de risco independente, pela própria fisiologia. Ocorre queda de 50% da função renal em cerca de 50% da população nessa faixa etária, primariamente como resultado da progressão da doença crônica das artérias dos rins (arteriolo nefroesclerosee).

Existem riscos para pacientes com função renal normal?

Os anti-inflamatórios geralmente não constituem um risco significativo aos pacientes com função renal normal. Porém, a prescrição dessa classe de drogas deve ser criteriosa, podendo ocasionar desde distúrbios hidroeletrolíticos até insuficiência renal crônica. Especialmente para os pacientes considerados de alto risco para desenvolver lesão renal, como:  idosos, hipertensos, diabéticos, pacientes hipovolêmicos ou em uso de diuréticos, sua administração necessita cuidados.

Fonte:

Nefrotoxicidade dos anti-inflamatórios não esteroidais Nonsteroidal anti-inflammatory drugs nephrotoxicity Sarah Suyanne Carvalho Melgaço, Maria Isabel Ramos Saraiva, Taís Teixeira Correia Lima, Geraldo Bezerra da Silva Júnior, Elizabeth de Francesco Daher   - Medicina (Ribeirão Preto) 2010;43(4): 382-90

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Por Kelma Yaly em 29/07/2020