A Neurociência para lideranças


Hoje quero dividir com você o livro “Neuroscience for leadership”. Esse livro conta cientificamente como o funcionamento do nosso corpo e hábitos influenciam no desenvolvimento da liderança em cada um de nós. Vamos lá?

O primeiro assunto que gostaria de tratar é a relação dos hormônios com a liderança. O cortisol, hormônio relacionado ao estresse, é encontrado em menor quantidade em lideranças. Mas, o que muitas pessoas não sabem é que o seu aumento, a longo prazo, pode provocar a diminuição da imunidade. Além disso, ele é capaz de destruir os neurônios, especialmente os vulneráveis, como os do hipocampo (área do cérebro relacionada a memória).

Em contrapartida, os líderes mais empreendedores e mais confiantes têm maiores níveis de testosterona – conhecido como o hormônio da “dominação”. Logo, vemos que o equilíbrio entre a diminuição do cortisol e o aumento da testosterona é importante para a liderança. Uma observação importante é de que as mulheres, mesmo que apresentem menores níveis de testosterona, podem ser boas líderes.

O livro conta também que os líderes têm maior chance de ter um córtex pré-frontal mais desenvolvido, que consiste em uma parte do cérebro que está relacionada a funções especiais como foco da atenção, controle pessoal, planejamento e resolução de problemas. A confiança do líder pode estar associada com uma influência positiva que pode abraçar também os liderados. Eles são bons influenciadores e contadores de histórias, que por sua vez podem moldar a cultura das empresas.

Selecionei alguns pontos importantes que são retratados no livro e influenciam no desenvolvimento de lideranças.

São diversos os fatores que podem colaborar com o desenvolvimento de uma boa liderança, como alimentação, boa noite de sono, aprendizagem, entre outros.

Um boa noite de sono

No capítulo seis ele fala sobre os vieses cognitivos que fazem a gente enxergar os fatos de uma maneira deturpada, por mais que sejam muito claros.

Um dos pontos que o livro aborda é a resiliência, que se relaciona com um boa noite de sono. Para que a sensação seja de uma noite bem dormida e que os sonhos sejam lembrados, o ideal é dormir de 6 a 8 horas, variando de pessoa para pessoa.

Eventualmente, o mau sono pode estar relacionado com o uso exagerado de café (após às 14h), substâncias como nicotina e álcool, mídias digitais com luz não natural que estimula a glândula pineal (glândula endócrina no cérebro) e dificulta a indução do sono.

O sono é importante para limpar as toxinas como Beta Amilóides, que são encontrados em maior quantidade em pessoas com Alzheimer. Uma noite mal dormida pode interferir no aprendizado e também na memória.

Você sabia que quando o seu cérebro está descansado, você é capaz de aumentar seu desempenho?

Veja alguns pontos:

  • Ter boa performance mesmo sob pressão;
  • Regular suas emoções;
  • Ser multitarefa;
  • Pensar de uma maneira flexível e criativa;
  • Resolver problemas complexos;
  • Fazer as melhores escolhas no curto e longo prazo.

Nutrição, hidratação e exercícios

 Além de dormir para termos energia, outro ponto muito importante é uma boa nutrição, hidratação e exercícios regulares, pelo menos 30 minutos na maioria dos dias da semana. Ele ainda pode funcionar como o efeito de antidepressivo com um aumento da produtividade e se realizado de manhã com a luz do sol, pode ajudar a regular o ciclo de dormir/acordar comandado pela glândula pineal.

Como o cérebro consome 20% da glicose e não pode armazenar energia, é importante não deixar que as refeições tenham um intervalo muito longo. Além disso, desidratação pode afetar a memória, concentração e a tomada de decisões.

Inovação

Promover a inovação requer não ter medo de falhar, caso você falhe considere como um aprendizado e sempre tente contornar o erro o mais rápido possível. Trabalhe com poucos recursos, porque a necessidade é a mãe de todas as inovações.

Procure pensar de forma diferente, usando o que chamamos de design thinking ou melhor dizendo “pensamentos fora da caixa”. E eventualmente com inovações disruptivas, ou seja, pensamentos simples, mas que trazem ideias inovadoras para que o local que você trabalha não se torne o mesmo todos os dias e principalmente otimiza os processos, trazendo grande oportunidade de melhorias.

Desenvolvimento, aprendizagem e postura

O livro também sugere que aprender uma nova língua ou aprender a tocar um novo instrumento pode aumentar o processo de neuroplasticidade. No capítulo 9 sobre stress e confiança, o livro comenta que o corpo e a mente fazem parte do mesmo sistema. Dicas como ficar bem ereto, fazer o papel de líder e até andar com segurança, aumenta a testosterona e diminui o cortisol.

A psicóloga americana Amy Cuddy, em um TED Talk diz que “Sua expressão corporal revela quem você é.”, enfatizando que 2 minutos ficando na “pose de poder” aumenta a confiança (e a testosterona). Ou seja, quando uma pessoa fica na posição de súplica ou de inferioridade isso diminui o nível de testosterona e aumenta o nível do cortisol, tirando-a do posto de liderança.

Finalmente, o livro reforça que: “A sorte favorece a mente que está preparada”. Ao final da minha leitura, aprendi que, para ser um bom líder, a idade e as dificuldades pessoais não são empecilhos, porque nosso cérebro tem muita capacidade de aprender. Mãos à obra!