Ocitocina: O hormônio da amamentação

ocitocina

Primeiramente, gostaríamos de lhe perguntar. Você conhece um hormônio denominado ocitocina? Hoje vamos conversar sobre a relação deste hormônio com  o aleitamento materno.

Porém, vamos entender o que vem a ser a ocitocina e como ela atua em nosso organismo.

Sobre a ocitocina

De modo geral, a ocitocina é uma substância liberada por uma área do cérebro que se chama hipotálamo.

Este, tem um papel sócio afetivo comportamental importante no pertencimento, conexão com outras pessoas, stress e ansiedade.

A primeira vista, estudos tem demonstrado a relação da ocitocina com a  amígdala (uma estrutura  do cérebro que está ligada às emoções e ao seu aprendizado) e que possui um grande número de receptores de ocitocina.

Neste sentido, no que lhe concerne, a amígdala  está conectada com outras áreas do cérebro como a parte frontal (córtex frontal) um importante regulador das relações sociais e da emoção.

Dados Ocitocina

O que mostram os estudos

Neste meio tempo, um estudo com 15 indivíduos voluntários que receberam ocitocina intranasal  houve um aumento da conectividade entre a amígdala a parte frontal do cérebro utilizando ressonância funcional.

Por outro lado, em humanos imagens funcionais tem demonstrado que a ocitocina atenua as respostas da amígdala.

Além disso, há  uma variedade de ameaças aversivas ou ameaçadoras, incluindo faces de raiva, medo e  falha do parceiro em retribuir durante o intercâmbio social onde ela também atua.

Ansiedade

Assim, o autor refere um estudo em que pessoas com desordem de ansiedade generalizada tem uma amígdala hiperativa em relação a grupo controle.

Estes dados são representados por expressões de medo que foi abolida por introdução intranasal de ocitocina.

Desta forma, este hormônio então regula vários comportamentos de interações sociais, e são  estimulados  aumentando as conexões entre as pessoas.

O poder da ocitocina entre mães e bebês

produção de leiteDesta forma, vamos falar então sobre o efeito da ocitocina que integra a função de vários sistemas do corpo.

Além disso, vamos pontuar como a ocitocina atua junto a mãe e a criança, durante o período de aleitamento.

E não é só isso. Para as mamães que não puderem amamentar vamos falar também sobre a importância do contato pele com pele do bebê e da mãe.

Qual o poder da ocitocina

Neste sentido, o nível de ocitocina é maior no bebê durante a amamentação do que na mãe.  Esses níveis são afetados pela via de parto e gera respostas funcionais, descritas a seguir:

Assim, a ocitocina pode ajudar a ativar  a liberação de outras substâncias como opioides, serotonina, noradrenalina e dopamina, afetando o comportamento a estímulos ambientais adaptativos.

Sob o mesmo ponto de vista, a ocitocina induz ao bem-estar, diminui a sensibilidade a dor, diminui a inflamação e estimula o processo de crescimento e cura.

Desta forma, os estudos comprovaram que repetidas exposições a ocitocina podem gerar efeitos a longo prazo.

Assim, estes efeitos são ligados a adaptações psicológicas, como aumento da interação social, diminuição da ansiedade, diminuição do nível de cortisol no sangue (que é o hormônio do stress), diminuição  da pressão sanguínea e aumento da função gastrointestinal

Estudos da ocitocina e o aleitamento

Em um artigo sobre aleitamento, o autor refere a liberação de ocitocina através das seguintes ações:

  • Sucção do mamilo no aleitamento estimulando as terminações nervosas do mamilo;
  • Efeitos da sucção no bebê através das terminações nervosas da sua mucosa oral
  • Do estímulo do alimento (leite) no trato gastrointestinal do bebê,  através de nervos do sistema vagal
  • Contato pele a pele das mães com o bebê por terminações nervosas (a pele responde ao calor, toque e leve pressão.

Frequentemente, o tempo de estímulo é de 1 minuto após a sucção pelo bebê.

No entanto, pode começar a ser reflexa pelo cheiro ou pensamento no bebê pela mãe e ocorrer a ejeção de leite sem a sucção pelo bebê, mesmo naquelas que precisam de bombas que tiram leite.

A saída de leite podem variar, gerando dor ou formigamento no seio e  também provocar sensações mais gerais  como náusea, sede, desmaio ou até ansiedade e depressão.

Desta forma, a ocitocina é liberada em pulsos com o estímulo da amamentação e a quantidade total do hormônio é maior após 4 meses, quando comparado a 4 dias após o parto.

A quantidade de ocitocina na mãe e no feto é maior quando o parto é via vaginal.

Dados adicionais

Quando o recém-nascido é colocado no peito da mãe, imediatamente após o nascimento, ocorre uma liberação de ocitocina.

Isso pode afetar o comportamento do bebê como chorar menos. O bebê fica mais calmo e seu o nível de cortisol  diminui.

Neste sentido, o autor refere que os efeitos na criança podem ser a longo prazo e a liberação da ocitocina nela pode ser liberada de uma maneira reflexa não sendo necessário o aleitamento.

Assim quando a criança senti o cheiro e a voz da mãe pode ocorrer a liberação da ocitocina da mesma forma.

Com o tempo, a imagem da mãe, mesmo quando ela não esteja presente,  a criança pode continuar calma e feliz mesmo quando sozinha.

Em situações que a criança estiver com medo ele pode ter contato com a mãe ou outra pessoa que esteja cuidando dela e haver a liberação de ocitocina pelo estímulo do contato com a pele e se sentir calmo e feliz novamente.

Com o tempo essa repetição pode ajudar a gerar segurança na criança

Referências

  • Oxytocin enhances resting-state connectivity between amygdala and medial frontal cortex – Chandra Sekhar Sripada, K. Luan Phan, Izelle Labuschagne, Robert Welsh, Pradeep J. Nathan, Amanda G. Wood
  • International Journal of Neuropsychopharmacology, Volume 16, Issue 2, March 2013, Pages 255–260, Published: 30 May 2012
  • Oxytocin effects in mothers and infants during breastfeeding  – Kerstin Uvnäs Moberg MD, PhD Professor of Physiology Swedish University of Agriculture – Danielle K. Prime PhD Breastfeeding Research Associate Medela AG, Baar, Switzerland