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Quando se fala em câncer de mama, a maioria das pessoas associa a doença às mulheres. No entanto, o câncer de mama masculino é uma realidade e merece atenção. Homens também possuem tecido mamário e, portanto, estão sujeitos ao desenvolvimento de tumores nessa região. O diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de cura e reduzir as complicações.
Neste artigo, vamos explicar o que é o câncer de mama masculino, quais são suas causas, sintomas, formas de diagnóstico, tratamento e como prevenir a doença. Para saber mais, continue a leitura!
O que é o câncer de mama masculino?
O câncer de mama masculino é o crescimento anormal e descontrolado de células no tecido mamário dos homens. Apesar de a glândula mamária masculina ser bem menor do que a feminina, ela também possui ductos e estruturas que podem sofrer mutações genéticas e dar origem a tumores malignos.
A doença representa menos de 1% de todos os casos de câncer de mama, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Apesar da baixa incidência, é importante destacar que o diagnóstico geralmente ocorre em estágios mais avançados, justamente porque muitos homens não consideram a possibilidade de desenvolver esse tipo de câncer e acabam ignorando os sinais iniciais.
Causas e fatores de risco
Não há uma causa única para o câncer de mama masculino, mas sim um conjunto de fatores que aumentam o risco de seu desenvolvimento. Os principais incluem:
Alterações hormonais: níveis elevados de estrogênio e baixos de testosterona podem favorecer o surgimento da doença. Essas alterações podem ocorrer devido à obesidade, doenças hepáticas ou uso de hormônios.
Histórico familiar: homens com parentes de primeiro grau (mãe, irmã, filha) que tiveram câncer de mama possuem maior risco. Mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 também aumentam a probabilidade de desenvolver a doença.
Idade: o risco cresce com o passar dos anos, sendo mais comum após os 60 anos.
Exposição à radiação: radioterapias na região torácica ou exposição excessiva à radiação ionizante podem contribuir para o surgimento do câncer.
Doenças testiculares: condições que afetam os testículos, como orquite, criptorquidia ou trauma testicular, podem interferir na produção hormonal e elevar o risco.
Síndrome de Klinefelter: condição genética rara em que o homem possui um cromossomo X extra, levando ao aumento dos níveis de estrogênio e à predisposição ao câncer de mama.
[caption id="attachment_35241" align="aligncenter" width="1800"] A saúde masculina também merece cuidado. Previna-se contra o câncer de mama masculino![/caption]
Sintomas do câncer de mama masculino
Os sintomas do câncer de mama masculino são semelhantes aos observados nas mulheres, mas como os homens têm menos tecido mamário, os sinais podem ser percebidos mais facilmente, o que não significa que eles sejam reconhecidos com rapidez.
Os principais sintomas incluem:
Presença de caroço (nódulo) duro e indolor na mama, geralmente próximo ao mamilo;
Alterações na pele da região, como retração, vermelhidão, descamação ou ulceração;
Secreção no mamilo, que pode conter sangue;
Inversão do mamilo (mamilo retraído);
Aumento dos linfonodos na axila;
Dor ou sensibilidade localizada.
É importante destacar que nem todo nódulo é maligno, mas qualquer alteração deve ser avaliada por um médico. Quanto antes o diagnóstico for feito, maiores são as chances de sucesso no tratamento.
Diagnóstico
O diagnóstico do câncer de mama masculino é realizado por meio de exames clínicos e de imagem. O processo começa com a avaliação do médico especialista, geralmente um mastologista ou oncologista, que faz o exame físico, palpando cuidadosamente a região das mamas e das axilas para identificar possíveis nódulos ou alterações.
A partir dessa análise inicial, o profissional pode solicitar exames complementares para confirmar a suspeita. A mamografia é um dos primeiros recursos utilizados, pois permite identificar a presença de nódulos e alterações estruturais no tecido mamário.
Em seguida, o médico pode solicitar a ultrassonografia mamária para complementar a mamografia. Esse exame oferece uma visualização mais detalhada das lesões e permite distinguir com precisão as formações sólidas das císticas.
Para confirmar o diagnóstico, o médico realiza a biópsia, considerada o exame definitivo. Durante o procedimento, ele retira uma pequena amostra do tecido suspeito e a envia para análise laboratorial, a fim de identificar se o tumor é maligno e qual é o seu tipo. Conforme a necessidade, o especialista também solicita exames adicionais, como ressonância magnética e tomografia computadorizada, para avaliar a extensão da doença e verificar se o câncer se espalhou para outros órgãos.
Um diagnóstico rápido e preciso permite definir o tratamento mais adequado e aumenta significativamente as chances de cura. Por isso, o homem deve procurar um médico assim que perceber qualquer alteração na região das mamas.
Tratamento do câncer de mama masculino
O tratamento do câncer de mama masculino segue protocolos semelhantes aos utilizados em mulheres, sendo definido de acordo com o estágio e as características do tumor. Em muitos casos, a primeira etapa é a cirurgia, geralmente por meio da mastectomia, que consiste na retirada total da mama afetada. Quando há indícios de disseminação, o cirurgião também pode remover os linfonodos da axila para impedir o avanço da doença.
Após a cirurgia, o médico pode indicar radioterapia para eliminar possíveis células cancerígenas remanescentes, reduzindo as chances de recidiva. Em alguns casos, a radioterapia é realizada antes da cirurgia com o objetivo de diminuir o tamanho do tumor e facilitar a remoção.
A quimioterapia costuma ser indicada quando o câncer se encontra em estágio mais avançado ou apresenta risco de metástase. Esse tratamento utiliza medicamentos potentes, administrados por via oral ou intravenosa, para destruir as células doentes e impedir seu crescimento.
Outra abordagem bastante utilizada é a terapia hormonal, recomendada para tumores sensíveis aos hormônios. Nesses casos, o uso de medicamentos como o tamoxifeno ajuda a bloquear a ação do estrogênio, reduzindo a estimulação das células cancerígenas. Já as terapias mais modernas, como a terapia-alvo e a imunoterapia, vêm se mostrando promissoras. Elas agem diretamente nas células tumorais, preservando as saudáveis e minimizando os efeitos colaterais, sendo escolhidas de acordo com o perfil genético do paciente e o tipo específico de câncer.
A escolha do tratamento é sempre individualizada, considerando o estágio da doença, as condições clínicas e as preferências do paciente. O acompanhamento contínuo com a equipe médica é essencial para garantir a eficácia do tratamento e o bem-estar durante todas as etapas.
Prognóstico e prevenção
O câncer de mama masculino, quando identificado precocemente, apresenta boas taxas de cura, que podem ultrapassar 80%. No entanto, a maioria dos casos ainda é diagnosticada tardiamente. Isso reduz as chances de sucesso e exige tratamentos mais intensivos. Essa demora geralmente ocorre porque muitos homens desconhecem a possibilidade de desenvolver a doença e acabam ignorando sintomas iniciais, como nódulos ou secreções mamilares.
Por isso, a conscientização é uma ferramenta poderosa. É essencial que os homens compreendam que o câncer de mama não é uma condição exclusiva das mulheres. Observar o próprio corpo e procurar um médico diante de qualquer sinal anormal pode fazer toda a diferença no resultado do tratamento.
Embora não exista uma forma garantida de evitar o câncer de mama masculino, é possível reduzir o risco adotando hábitos saudáveis e acompanhamentos regulares. Manter o peso dentro do ideal e seguir uma alimentação equilibrada ajudam a controlar os níveis hormonais e diminuem as chances de alterações nas células mamárias. Evitar o consumo excessivo de álcool e praticar atividades físicas com frequência também são atitudes que contribuem para a prevenção.
Homens que apresentam doenças hormonais ou hepáticas devem buscar tratamento médico para manter o equilíbrio do organismo, já que essas condições podem interferir na produção de hormônios e aumentar o risco de doença. Além disso, quem possui histórico familiar de câncer de mama deve realizar consultas periódicas e conversar com o médico sobre exames de rastreamento. Em casos de mutações genéticas conhecidas, como nos genes BRCA1 e BRCA2, o acompanhamento deve ser ainda mais rigoroso, com avaliações específicas e monitoramento constante.
Considerações finais
O câncer de mama masculino é uma doença rara, mas possível, e o desconhecimento sobre ele ainda é um dos principais desafios para o diagnóstico precoce. É fundamental que os homens se informem e percam o receio de procurar ajuda médica quando perceberem alterações na região das mamas.
Além disso, falar sobre o tema é uma forma de quebrar tabus e incentivar o cuidado com a saúde masculina. Com informação, atenção aos sinais do corpo e acompanhamento médico adequado, é possível detectar o câncer de mama masculino em estágios iniciais, garantindo maiores chances de cura e uma melhor qualidade de vida após o tratamento.
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